terça-feira, 31 de julho de 2018

sercular


da orelha sai um olho
que cospe outro olho
fazendo ao contrário
nariz meio largo
que respira pra frente
boca escondendo dente
de cujo lábio baixo
estica quase braço
cheio de dedos dados
com dedos espaçados
em uma mãozinha
que em pulso termina,
pulsando uma bola,
depois um pau,
enfim outra bola
até dar no calcanhar
de um pé algo torto
indo acabar
num pé todo novo
enganchado na borda
do brinco de argola
da orelha mesma
que bem corriqueira
iniciou a besteira
de percorrer inteira
a rota circular do ser
que se termina ao nascer

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