quarta-feira, 31 de março de 2010

01:04


Tic tic tic. Bate uma, bate. Batendo, bate... vai passando o tempo e meu contorno se deforma...

_o que o marcador de texto piscando quer dizer me aterroriza contra a parede. Vi muitos verdes que foram chamuscados de chuva e perderam a essência amarela. Minha vida inteira, hoje, foi paz junto da noite. Conheci um amontoado de acordes loucos tirados numa viola velha por um homem com vontade de fazer o diabo de mim. Tenho me agradado muito facilmente com o que vem dos outros.

Que a paz da madrugada esteja conosco!

E que os dias inteiros estejam presentes nas noites. O gato gaiato assobia lindamente uma canção para a lua  - uma das que ouço sempre numa espera sem desconfianças ou agonias. Essas noites estão tão boas com toda essa alegria contida! Fiu fiu, vem cá! O gato não quer saber de mim. Ele é do escuro, como seus pelos mostram. E ele também é da vida, que já nem lembra mais aquela candura do céu virgem pedinte. Foge! Some de mim!

O que nostradamus disse outrora morre ali, numa esquina de avenidas e pessoas, onde mora a morte que sempre faz visitas solidárias. Ele falava de uma felicidade partida e de um desespero consentido. Vem cá que hoje é dia de festa! Ali está! Uma tenda de papelão, suas palavras mendigas e nossas vidas em vão - uma paz foi aprendida. Não estrague esse momento! É instante de nem sei mais quê... Tudo que precede o pensamento, comprova ideia etérea. Acabou-se.

A noite é do gato. Deixe-o vazio.

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