sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Números


Um, dois dos quatro amores
resvala no pressuposto do grão,
sublima a água fundada no oco
e repassa ao infinito o que venta.

Um, dois daqueles instantes amarelados
revelam a magna ânsia por sonhar
a certeza do que há por trás,
por dentro,
no armário ruidoso das emoções.

Escolhendo sem querer um dos dois
descobri o terceiro amor,
que nem se escondia do riso,
delegando ao inverso sua exatidão:
o amor na imensidão da risada!

Esse amor é palhaçada!

E é tal que nos salva.
Salvadora, heroína...
Um amor da droga de fazer,
traficado pelos palhaços do alvorecer.
Um amor assim que urge umas palmas
e se rodeia do eterno.

O que se foi de um,
dois dos que ficaram, se chocaram.
E, por mais incrível que possa parecer,
o cho(foi tão aberto)que
no abeto do coração latente ele explodiu.
Respingou certezas muito próximas,
replicando sabores muito familiares.

Ele, nessa árvore, queria família.
E Julgava conhecer a chamada vida
fingindo sociedade na alegria.
Por que no fundo? Pertencia ao escondido da falta,
embora o plano enganoso tivesse alicerces bem sonhados.
Ele era uma pena...

Foge! - disse o passado.
Descobriu-se desespero sem falseamento.

Agora, já não se escapa mais do que se é dançando no escuro,
nem da voz que berra por amanhecer.
Tem-se pra quem correr, ao menos
ele voz disse.
Um, dois dos que se foram, ficaram.
Está nele de volta a volta!
Tem-se pra quem correr!

Dos que ficaram pra trás na discórdia do riso dramático,
um está de volta
e é seu parceiro.

Tem pra correr quem se tem.

Cessa então expressão triste mascarada de sonho:
o dito que foi sobre quem era enfim é.
E dá pra ouvir apenas o clamor sereno da estrela
a chamar duas das uma, em horas.
A esperar um ou dois dos quatro amores passados.
O amor agora é o choro que ri
da palhaçada que guia cambaleante,
e o infinito recomeço se abraça
naquele um que já foi dois.

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